Nós, garotas que crescemos assistindo crepúsculo
Não sei definir o que ta mais bagunçado na minha vida neste momento, qual o âmbito que ela se encontra mais confuso (meu quarto incluso nesse dilema). Mas o que me consola é pensar que talvez a grande maioria das pessoas, e fazendo um recorte específico, a grande maioria das mulheres em seus vinte e poucos anos também estão.
Nesse momento, são dezenove e catorze da noite de um sábado, tô sozinha na casa que divido com minhas duas melhores amigas, bebo um vinho que uma delas comprou e fumo meu paiero, coloquei no youtube um daqueles canais que não param de tocar música para me concentrar (ta tocando sem parar um jazz e não sei dizer muito bem quando a música fica diferente). Tô sentada no meu colchão emprestado que peguei de uma amiga porque quando nos mudamos eu não tinha (e não tenho até agora) como comprar um colchão (muito menos uma cama).
No meu lado esquerdo é a parede, e do meu lado direito está posicionado o caixote que comprei no sacolão por dois reais que serve como uma espécie de móvel. Em cima dele e caído no chão é possível encontrar a maior aleatoriedade de itens possíveis; livros, marcadores de página, sabonete, cremes, copos, garrafa, uma mini torre eiffel, diário, diário de livros, bloco de anotações, esmalte, receitas, chocolate, isqueiro, carregadores e claro, remédios psiquiátricos, os quais eu obviamente não posso ficar sem (e olha que não foi falta de tentar).
Escrever sempre foi um lugar de conforto, começou é claro, pelos livros, quando eu era bem pequena, foi uma das poucas coisas que minha mãe me incentivou a fazer, pelo menos por um tempo, mas foi o suficiente para que eu pegasse gosto pela coisa. Inclusive, foi graças a uma saga de livros que me atrai ainda criança que me impulsionou a me interessar por história, o que gerou um grande efeito borboleta na minha vida e agora cá estou eu, em uma cidade histórica de Minas Gerais há horas e horas do meu pai e do meu irmão, presa nesse universo paralelo que chamamos de vida universitária.
Voltando ao tópico escrita que é o principal objetivo desse texto. Fui atraída pela leitura e quando vi estava tentando escrever as minhas próprias, mas nunca deu muito certo, nunca consegui concluir nenhum tipo de narrativa, nem quando era criança e muito menos agora. Quando escrevo nos meus diários ou nas notas do computador ou celular, é sempre sobre algum pensamento baseado nas minhas experiências. Acho que ainda não consegui me aceitar dentro desse lugar da escrita. É que geralmente não é algo que muita gente faz, e sendo bem sincera, as vezes me sinto meio patética. Mas acho que isso é só uma das minhas inúmeras questões não resolvidas.
Nunca deixei que ninguém lesse as coisas que escrevo (a não ser na época de wattpad que estourei com uma história sobre lobisomens (nós garotas que crescemos assistindo crepúsculo!!!)
Acho que meu objetivo por aqui é perder esse medo da escrita e conseguir compartilhar as coisas que tenho a dizer. Quem sabe isso tudo me ajuda a me achar :).
Espero que não seja meu primeiro e último texto, bjs bjs, até a próxima!